ABAYOMI NÃO É BRINQUEDO!



ABAYOMI NÃO É BRINQUEDO!



A palavra abayomi tem origem iorubá, e costuma a ser uma boneca negra, significando aquele que traz felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso ).

A palavra abayomi tem origem iorubá, e costuma a ser uma boneca negra, significando aquele que traz felicidade ou alegria. (Abayomi quer dizer encontro precioso: abay=encontro e omi=precioso ). O nome serve para meninos e meninas, indistintamente. Não se deve confundir com Abaiomi, também iorubá, de significado diverso.

O nome é comum na África, principalmente na África do sul, embora também seja encontrado com frequência até o norte da África, e mais raramente, no Brasil.

No Brasil, além de nome próprio, designa bonecas de pano artesanais, muito simples, a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura , de tamanho variando de 2 cm a 1,50 m, sempre negras, representando personagens, de circo, da mitologia, orixás, figuras do cotidiano, contos de fada e manifestações folclóricas e culturais.

A boneca abayomi foi criada para as crianças, jovens, adultos na época da escravidão. As mulheres negras as confeccionavam com pedaços de suas saias, único pano encontrado nos navios negreiros, para acalmar e trazer alegria para todos. Considerado um amuleto até hoje, essas bonecas, assim como os vodus haitianos, são legados de uma cultura milenar.

A história das Bonecas Abayomi, começou com Lena Martins, artesã de São Luiz do Maranhão, educadora popular e militante do Movimento de Mulheres Negras, que procurava na arte popular um instrumento de conscientização e sociabilização. Logo, outras mulheres, e várias gerações, vindas de vários movimentos sociais e culturais, aprenderam com ela, juntaram-se e fundaram no Rio de Janeiro a Cooperativa Abayomi, em dezembro de 1988, dando continuidade ao trabalho desde então.[1]

A cooperativa estimula as relações de generosidade, o fortalecimento da auto-estima e reconhecimento da identidade afro-brasileira de negros e descendentes, para superar as desigualdades de gênero, integrando a cultural brasileira.


                                                                                                  

Simples bonequinha de tecido não é "só" isso: significado que ela carrega é inspirador

História das bonecas Abayomi no Brasil
As bonecas Abayomi, que, na língua iorubá significa "encontro precioso" ou "meu presente", se tornaram objetos de oficina de artesanato em vários lugares do país.

O que a tornou tão abrangente, no entanto, não é específico nem oficial. A história desse singelo amuleto faz parte da trajetória, aqui no nosso país, do povo africano escravizado.

Por serem cativos, o ponto de vista dessas pessoas poucas vezes foi tido como oficial e sua história, hoje, pode acabar ganhando ares de lenda. Por isso, existem várias explicações para o nascimento dessas "meninas". Não se sabe exatamente qual é a correta, aliás, não existe uma correta, existem diversas falas - e todas elas são inspiradoras.

Amor de mãe e filho
Ao chegar ao Brasil, as famílias e os grupos étnicos eram separados, a fim de desfazer os laços do povo africano com suas origens.

As Abayomis seriam, então, um presente simples feito pelas mães escravizadas com pedaços de suas roupas para que os filhos não se sentissem abandonados.

“As bonequinhas serviam como símbolo de acalento e cuidado naquele momento desumano”, explica a educadora do Museu Afro Brasil, de São Paulo, Mirella Santos Maria.

“Homens e mulheres rasgavam retalhos de suas roupas para fazer as bonecas, mas se dá uma ênfase maior às mulheres, que presenteavam os filhos com esse símbolo. Ele servia como um amuleto”.





ABAYOMI NÃO É BRINQUEDO!

Eixo: Práticas para Ensino Médio - Formação de Professores

DAVID, Mônica Cristiane David1
RIBAS, Cíntia Cargnin Cavalheiro2
KNAUT, Michelle Souza Julio3

O trabalho com Consciência Negra e Africanidades é conteúdo curricular obrigatório previsto na LDB 9394/96 como um dos Temas Transversais (Pluralidade Cultural) e pela Lei 11.645 de 10 de março de 2008; a obrigatoriedade do tema visa propiciar ao educando a oportunidade de conhecer suas origens, além de reconhecer a importância sócio histórica e cultural dos negros para a formação da sociedade brasileira e a valorização do negro e sua cultura.

FONTE http://www.opet.com.br/faculdade/revista-praxis/pdf/n3/em-abayomi-n%C3%A3o-e-brinquedo.pdf